no principio era o verbo e o verbo fez-se blog

O que foi vivido e o que ainda é... As Fadas do Milenio dão as boas vindas a todos aqueles que nos visitam em tão humilde residencia virtual...

quarta-feira, 1 de abril de 2009

amor tolerancia perdão... o texto dos nossos dias ... a biblia das fadas (by. Pedro Cordeiro)

A vida é feita de viagens. De autocarro, de comboio ou de táxi, transportamo-nos em cada dia para uma viagem maior e mais difícil, onde encontramos pessoas de outros planetas, de outros mundos.
Viagens ao interior de nós próprios, onde nos pensamos, nos descobrimos e nos conhecemos. Onde ousamos e treinamos sentir, onde sofremos e amamos, em silêncio. Fonte de amor e tristeza, habitamos aí os nossos sonhos e aventuras, a nossa vontade, as nossas paixões, mas também a desilusão, a mágoa e, por vezes, o desespero. Nestes caminhos, vamos fazendo dos outros passageiros da nossa vida, numa sucessão de encontros e desencontros, de apego e separação, de partilha única e alucinante, de mundos, os mundos de todos e de cada um. Aí percebemos que habitamos planetas diferentes, muitas vezes estranhos aos olhos dos outros. Mas, que diabo, precisamos de alguém que o habite connosco. E, por isso, seguimos em frente. Seguimos ao encontro de outros planetas, com outras atmosferas, geografia, formas, tamanhos e cores, habitados por pessoas com outras vontades, com outros sonhos e paixões. Para podermos sentir e dar sentido, para saber quem somos e quem queremos ter perto de nós, num fôlego sustido de quem vive com intensidade. Ficamos perto e longe, partimos, zarpamos e ficamos, na ousadia de correr o risco de amar com intensidade.
Somos grandes, quando queremos, acreditamos e arriscamos sentir, através dos outros. Com esperança, porque o espinho não diz tudo da rosa, apenas a protege. É assim mesmo quando amamos. Temos os nossos espinhos, picamos e mordemos, só para sabermos se quem vem, vem por bem. Só parar dizermos Quero-te, Desejo-te, Preciso de Ti. Damos muito pouco a muitos e muito a muito poucos. Fazemos sentir assim únicas e especiais as pessoas que amamos. Deixamos que habitem o nosso planeta, o transformem e mudem o nosso mundo para sempre.
Os outros, sendo estranhos ou alheios à nossa viagem, ajudam a transformar a arrogância em humildade, de quem não é melhor, nem pior, apenas diferente. Se nos magoam, fazem sofrer e abrem feridas, geram em nós distância e ausência, e o sentimento de estar perto e tão longe. Contudo, todo o amor comporta sofrimento. Sendo ausência e afastamento, o sofrimento transporta-nos para a solidão, tristeza, revolta e decepção. Turbilhão de emoções, que se confundem, embriagam e obscurecem a capacidade de pensar com clareza, é trampolim para novas viagens, na vontade. Cria um sentimento de urgência e uma vontade de partir. Ao encontro do sentido da vida, através da amizade e amor. Sofrer, é assim um espaço dos sentidos, onde paramos para pensar caminhos, trajectórias e passageiros. Tem como limite o tempo e o amor-próprio.
O limite do amor pelos outros, é, assim, o amor-próprio. Somos assim em simultâneo, proximidade e distância, amor e indiferença, tristeza e alegria, e isto é muito do que temos cá dentro. E muito do que cativamos nos outros. Temos dos outros aquilo que cativamos neles e cativamos neles aquilo que valorizamos em nós, ou detestamos. Somos sempre uma parte deste tango, que dançamos a dois. E sabemos sempre as melodias que queremos dançar, com quem dançar e até quando. Sentimo-lo por dentro. Se assim for, criticar é sempre reconhecer, apontar é sempre olhar para dentro, agredir é sempre auto-mutilar. Não há acasos na vida, há mal-entendidos. Nem no nosso comportamento. Damos e recebemos o que pensamos que nos pedem, e o que pedimos aos outros.
Por vezes, também olhamos sem ver, vemos apenas o que queremos ver, ou vemos do que temos medo. Somos muitas vezes cegos, olhando. Por vezes, desejamos grandes provas, realizações e feitos, apenas para nos sentirmos aceites, desejados e amados pelos outros. Para nos sentirmos alguém de quem vale a pena gostar. Falamos muito e falamos alto para sermos ouvidos. Falamos de nós para não cair no esquecimento. Criticamos para mostrarmos valor. Queremos ser perfeitos, com receio de o erro nos diminuir. Calamo-nos para não mostrar quem somos, com medo de os outros não gostarem. Não nos damos com medo de sofrer. Colamo-nos com medo de estar só e sozinho. Estas e outras razões retiram-nos a perfeição mas dão-nos humanidade. E a humanidade obriga-nos à tolerância. Tolerar, é também perdoar. Ao perdoar os outros, estaremos a perdoar-nos a nós próprios, e a aumentar a possibilidade de receber compreensão e perdão dos outros. Nem sempre assim é, doutra forma, nunca será.
A experiência do outro, traz consigo intimidade, feita de pontos de encontro e desencontro connosco. Amamos o encontro, respeitamos e aprendemos no desencontro. Criamos espaços para ser ouvidos quando ouvimos, para ser elogiados, quando estamos atentos às coisas boas nos outros e as valorizamos. Assim, a culpa não existe. Existe sim um dar e receber. Um estar atento às pequenas grandes coisas, aos sinais simples e ténues, de que são feitos os grandes amores e as grandes amizades. Mesmo que isso nos provoque desconforto, por não estarmos habituados. Todos nós temos todas as sementinhas plantadas no jardim da nossa vida: as do amor, amizade, ódio, raiva, alegria, tristeza, medo, rancor, cólera… Quais queremos cultivar? Todas nos protegem, nos fazem falta, e nos ajudam a estar bem. Não as conseguimos eliminar, não lhes conseguimos fugir, ou ignorar.
Somos quem somos, e todos merecemos ser amados, assim, se soubermos amar o outro como a nós mesmos. No amor, tolerância e perdão.
Aqui começa e termina a nossa viagem.

Boas Viagens, em comunhão (by: Pedro Cordeiro)

3 comentários:

Naza Bispo disse...

Pedro...
Nossa estou achando fabuloso o texto Amor tolerância perdão...
acabei de ler,e não pude deixar de comentar...
é tão verdadeiro,e real...
Parabéns...até apróxima

livro de mezinhas & poções disse...

agradecemos o elogio ao texto publicado ... contudo justiça seja feita ao autor... que não é nenhuma das fadas.. contudo como é um texto pelo qual se orienta a nossa irmandade de fadas achamos por bem publica-lo no nosso blog...
mas se gostou .. torne o mundo melhor e mostre -o ao seus amigos...

Anônimo disse...

amor toleranci a perdão...
um tema,contemporaneo diz tudo tem humanidade..